Chega de ser macaco de auditório!

Chega de ser macaco de auditório!

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Neruda ao Telefone!

sempre gostei de Pablo Neruda, mas também sempre o achei dramático demais...
No amor e na dor temos de ser perseverantes sempre e Neruda insiste em se despedir, em estar longe, Neruda desfaz dos amores que ele deveria reconhecer como aprendisado, os amores que hoje nos fazem sofrer em algum momento nos fizeram felizes e esse deve ser o ponto, nada dura para sempre! E se algo insiste em durar, nós não estaremos aqui pra ver o fim !
então tem esse livro que você deveria adquirir e que eu tenho e num lembrava que tinha em que Neruda dá uma chance ao amor, mas logicamente não pode deixar de amargurar-se com ele: O livro "Vinte poemas de amor e um canção desesperada" é algo de maravilhoso, aqui vão uns trechos:

"Então onde estarias?
junto a que gente?
dizendo que palavras?
por que me há de vir todo esse amor de um só golpe
quando me sinto triste e te sinto distante?"


"Para que me escutes
minhas palavras adelgaçam-se as vezes
como as pegadas de gaivotas nas praias."


"foi esse o meu destino: nele foi meu anseio
e caiu meu anseio, tudo em tí foi naufrágio!"


Como o próprio Neruda descreve "vinte poemas de amor..." é um livro que apesar de sua aguda melancolia, está presente nele o prazer de viver.

trimmmmmmm trimmmmmmmmmm, quem é?
Sou EU, vou te ler um poema, é do Neruda!

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Meu irmão é filho Único!

Bom, pra variar estava eu tentando ver aquele filme francês, o tal das chansons d'amour, mas ainda num foi dessa vez, minha amiga me arrastou pra ver o italianíssimo " Mio Fratello é Figlio Único"
e lá estava eu de cara coma telona para ver um filme se eu nem sabia muito se queria assistir, e bam bum bang, aparece a minha frente aquele espirito indomável "Accio", um menino que desiste de seus votos de castidade e religiosidade para viver o seu fascismo visceral e ver aonde todos os seus ideais e utopias o podem levar, me paixonei por ele durante o filme, que menino, que força, que paixão e lealdade, que vontade de fazer, me lembrou dos tempos em que eu era apaixonadíssima pelas coisas que me propunha a fazer e ví que "Accio" apesar de toda a sua loucura sempre teve um código de ética próprio que o manteve nos trilhos de sua prórpia vida oque já não acontece aos outros personagens como vocês verão ao assistir a esse belo filme.

Crescendo juntos em uma pequena cidade italiana nas décadas de 60 e 70, os irmãos Accio (Elio Germano) e Manrico (Riccardo Scamarcio) personificam e celebram diferentes posicionamentos políticos, mas dividem o mesmo amor incondicional por uma única mulher...e que promete ameaçar seriamente o seu relacionamento.

Observe o crescimento dos irmãos, um fascista e outro socialista, no decorrer de 15 anos, com o tumultuado cenário sócio-político da Itália como pano de fundo. Eles vão amadurecer seus argumentos e conflitos, vão se separar pelos revezes do tempo e vão se reunir magneticamente graças à sabedoria da idade. Finalmente, eles terão um entendimento claro e firme não apenas de suas diferenças, mas principalmente de suas semelhanças.

sábado, 25 de outubro de 2008

O lobo mau no divã!

Essa é mais uma daquelas coisas que olhei meio torto quando me foi indicado, fiquei meio displicente com ele nas mãos por algum tempo, mas dia desses um sábado daqueles em que as crianças só querem saber de destruir a casa e vc num está nem um pouco a fim, decidi folhear o livro e achei uma graça e divertidíssimo.

"O lobo mau no divã" de Laura James

Resenha:

Nesta obra, o leitor vai aprender sobre psicanálise e psicologia de uma maneira esclarecedora e nada convencional. Ao reler os contos de fadas para a filha, Laura James percebeu o quanto os personagens que povoam o imaginário infantil são neuróticos, psicóticos e vítimas das mais diversas patologias. A jornalista buscou orientações em obras de referência e com psicanalistas renomados para abordar os sintomas e tratamentos recomendados para cada caso. Chegou o momento de ver nossos personagens favoritos sob outra perspectiva e descobrir como reconhecer e ajudar alguém que, como Sininho, Ursinho Pooh, Cinderela e o Mágico de Oz, sofre de algum distúrbio mental.


vale a pena o passatempo e a reflexão das neuroses...

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Uma crônica !

Essa éa pérola duma dessas pessoas tesouros que encontramos por vezes no nosso caminho, essa é uma gêmea bivitelina separadas ao nascer na PQP, vale a pena:

Queria muito nos meus 19 anos, em 69, estar em Woodstock,dançando livremente sob o som alucinante guitarra de Hendrix, aos 20 ter ouvido ao vivo os Beatles, aos 17, Elvis, no auge da histeria coletiva. Acompanhado no sonho dos cinemas James Dean, Marlon Brando, Paul Newman. Vivido em New Orleans e em bares esfumaçados escondidos ver negros esfuziantes deslizar suas mãos, bocas e corpos em gaitas, baixos e em duelos de guitarras, soltando no ar proibidos e escandalosos blues genuínos. Ter vaiado o “Br-3” de Tony Tornado e o Sabia de Chico Buarque nos festivais. Aí, santo deus, viver na boemia, em Copacabana anos 50/60, vida dourada em encontros criativos, regados a Whisky, dos poetas, cantores e escritores da época. Visto um show dos Secos e Molhados e ter participado da semana de 22, enxovalhando os parnasianos catatônicos filhos da mãe. Com Chiquinha Gonzaga freqüentado saraus em casarões antigos e os bailes de carnaval de antigamente.
Queria ter queimado sutiãs, ter participado da coluna prestes, gritado por liberdade, por paz e amor, por igualdade, ter fugido de casa, ter chorado quando Lenon disse “o sonho acabou”. Ter vivido no Rio, na França, em Nova York, em Sampa, em Madrid. Ter sido companheira de Darcy Ribeiro, de Pablo Neruda , de Frida Kalo, Glauber Rocha, de mestre Antonio Vieira, de Picasso, Fernando Gabeira, de Salvador dali, de Clarice Lispector, Fernando Pessoa, de Gabriel Garcia Márquez, de che Guevara, Reich, de Etta James. Ter estudado história da arte, filosofia, arqueologia, sociologia.
Coube a minha formação passar o ridículo de ter sido cara pintada, ter assistido Xuxa e usado calça bag e ainda por cima ver transformado em pop-lixo ritmos populares regionais.
Nestes termos, venho debulhando meus dias entre realidade, utopia e ficção, e sem resistência, assumindo minha triste face neoliberal consumista, vendo a vida passar na janela da minha magnética “Itabira” e só não grito para o mundo ouvir que a “vida é besta”, porque não perdia um capítulo sequer da séria anjos da lei, onde Johnny Depp dava os primeiros ares da sua mágica graça. Bons tempos aqueles!
E viva “Pepe le gamba” ele é que é feliz!!!!!



REnata Santos, 2007.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Ensaio sobre a Cegueira - Sua visão do mundo nunca mais será a mesma!

Eu devo confessar que estava completamente cética com relação a este filme, tinham algumas outras opções, mas não estava a fim de ver um viúvo enfrentando seu caos pessoal ou um musical francês romântico, chega de romances, tinha que sentir algo sobre o humano, ensaio sobre a cequeira é um daqueles filmes que ao sair do cinema as pessoas não sabem muito bem oque as acertou nem de que lado veio, como aconteceu hoje, eu saí da sessão completamente abalada, eu já num entrei lá muito bem, mas ao sair eu sentia um mix de todas as emoções que aquelas pessoas haviam experimentado pelo simples fato de não mais poderem enxergar suas vidas, seus amores, seus caminhos e pensei: essa cegueira é fisica, mas e quando a cegueira é emocional, muitos dos que enxergam com os olhos não vêem nada além do que eles mesmos lhe traduzem, não buscam o significado por trás da imagem, e ensaio sobre a cegueira ensina a ver justamente oque não vemos quando nos deixamos limitar pelos olhos.
Ao final da sessão a parte engraçada foi ao entrar no banheiro feminino descobrir que as pessoas estavam discutindo sobre o filme alí mesmo, tamanha era sua necessidade de enxergar oque não viram no filme, tive de fazer uma pausa nos meus pensamentos e compartilhar com aquelas pessoas oque eu havia compreendido do filme, e parece que compreendí direitinho pois saimos do toilette concordando.
Achei o máximo um forum feminino entre desconhecidas no banheiro feminino.
Assitam com os olhos da alma!
bjs

domingo, 19 de outubro de 2008

Inacabada sim, acabada nunca!

O INACABADO QUE HÀ EM MIM

Eu me experimento inacabado. Da obra, o rascunho. Do gesto, o que não termina.

Sou como o rio em processo de vir a ser. A confluência de outras águas e o encontro com filhos de outras nascentes o tornam outro. O rio é a mistura de pequenos encontros. Eu sou feito de águas, muitas águas.

Também recebo afluentes e com eles me transformo. O que sai de mim cada vez que amo? O que em mim acontece quando me deparo com a dor que não é minha, mas que pela força do olhar que me fita vem morar em mim? Eu me transformo em outros? Eu vivo para saber.

O que do outro recebo leva tempo para ser decifrado. O que sei é que a vida me afeta com seu poder de vivência. Empurra-me para reações inusitadas, tão cheias de sentidos ocultos. Cultivo em mim o acúmulo de muitos mundos.

Por vezes o cansaço me faz querer parar. Sensação de que já vivi mais do que meu coração suporta. Os encontros são muitos; as pessoas também. As chegadas e partidas se misturam e confundem o coração. É nesta hora em que me pego alimentando sonhos de cotidianos estreitos, previsíveis. Mas quando me enxergo na perspectiva de selar o passaporte e cancelar as saídas, eis que me aproximo de uma tristeza infértil.Melhor mesmo é continuar na esperança de confluências futuras. Viver para sorver os novos rios que virão. Eu sou inacabado. Preciso continuar.

Se a mim for concedido o direito de pausas repositoras, então já anuncio que eu continuo na vida. A trama de minha criatividade depende deste contraste, deste inacabado que há em mim. Um dia sou multidão; no outro sou solidão. Não quero ser multidão todo dia. Num dia experimento o frescor da amizade; no outro a febre que me faz querer ser só.

Eu sou assim. Sem culpas.

Padre Fábio de Melo

sábado, 18 de outubro de 2008

Too Much - Bonaparte 2008

O jovem vagabundo com o olho preto conhecido como Bonaparte se mudou de Barcelona para Berlim em 2006 e rapidamente se tornou a sensação underground na capital alemã. Tocando desde a nova zelandia até o festival de jazz em montreaux começou nas festas ilegais sobre a alexander platz em berlin até um show privado para Quentin Tarantino, Bonaparte finalmente lançou seu album produzido por ele mesmo "Too much" uma mistura apimentada de dance punk, indie rock e eletronica. podemos chamar de eletro punk energetico com a bossa de uma pop song e uma pitada de loucura, as letras são inesperadas e não deixam nada subentendido e a mensagem é clara: DIVERSÃO !

mais uma dessas contribuições de meus correspondentes internacionais, valew mais uma vez RR, direto de viena:


quinta-feira, 16 de outubro de 2008

A indiferença Mata!

Assista a esse vídeo que coloca em proporções menores os grandes números e em proporções maiores as grandes desgraças e nos mostra a realidade dos fatos do mundo que come e dorme e do mundo que sofre e morre:

uma 2a informação para o filme abaixo!


mega entrevista com o compositor e protagonista do filme que concorreu a oscar de melhor canção original com a música "falling slowly" e concorreu ainda a um par de Grammys e fez grande suceso no festival de sundance, vale a pena conferir a entrevista.

Apenas uma vez ?


Quantas vezes achamos a pessoa certa?

Sinopse


Apenas Uma Vez é um daqueles conto de fadas urbanos, que você sai do cinema fazendo seu máximo para evitar entrar em contato com a vida real novamente. - L.A. Weekly. Ele é um talentoso músico, que ganha a vida com seu violão nas ruas de Dublin e ajuda o pai em uma loja de aspiradores de pó. Ela é tcheca que anda pelas mesmas ruas, vendendo rosas para sustentar sua família e tem como hobby o piano. O acaso fez com eles se encontrassem e a paixão pela música fará com que eles vivam uma experiência inesquecível. Uma linda história de amor embalada por músicas que traduzem os caminhos do coração.

Informações Técnicas
Título no Brasil: Apenas Uma Vez
Título Original: Once
País de Origem: Irlanda
Gênero: Drama / Romance / Musical
Classificação etária: 12 anos
Tempo de Duração: 85 minutos
Ano de Lançamento: 2006
Estréia no Brasil: 18/04/2008
Site Oficial: http://www.foxsearchlight.com/once/
Estúdio/Distrib.: Imagem Filmes
Direção: John Carney

Ritos corporais entre os Sonacirema !

Fonte:

Horace Miner
In: A.K. Rooney e P.L. de Vore (orgs)
YOU AND THE OTHERS - Readings in Introductory Anthropology
(Cambridge, Erlich)
1976


O antropólogo está tão familiarizado com a diversidade das formas de comportamento que diferentes povos apresentam em situações semelhantes, que é incapaz de surpreender-se mesmo em face dos costumes mais exóticos. De fato, se nem todas as combinações logicamente possíveis de comportamento foram ainda descobertas, o antropólogo bem pode conjeturar que elas devam existir em alguma tribo ainda não descrita.

Deste ponto de vista, as crenças e práticas mágicas dos Sonacirema apresentam aspectos tão inusitados que parece apropriado descrevê-los como exemplo dos extremos a que pode chegar o comportamento humano. Foi o Professor Linton, em 1936, o primeiro a chamar a atenção dos antropólogos para os rituais dos Sonacirema, mas a cultura desse povo permanece insuficientemente compreendida ainda hoje.

Trata-se de um grupo norte-americano que vive no território entre os Cree do Canadá, os Yaqui e os Tarahumare do México, e os Carib e Arawak das Antilhas. Pouco se sabe sobre sua origem, embora a tradição relate que vieram do leste. Conforme a mitologia dos Sonacirema, um herói cultural, Notgnihsaw, deu origem à sua nação; ele é, por outro lado, conhecido por duas façanhas de força: ter atirado um colar de conchas, usado pelos Sonacirema como dinheiro, através do rio Po- To- Mac e ter derrubado uma cerejeira na qual residiria o Espírito da Verdade.

A cultura dos Sonacirema caracteriza-se por uma economia de mercado altamente desenvolvida, que evolui em um rico habitat. Apesar do povo dedicar muito do seu tempo às atividades econômicas, uma grande parte dos frutos deste trabalho e uma considerável porção do dia são dispensados em atividades rituais. O foco destas atividades é o corpo humano, cuja aparência e saúde surgem como o interesse dominante no ethos deste povo. Embora tal tipo de interesse não seja, por certo, raro, seus aspectos cerimoniais e a filosofia a eles associadas são singulares.

A crença fundamental subjacente a todo o sistema parece ser a de que o corpo humano é repugnante e que sua tendência natural é para a debilidade e a doença. Encarcerado em tal corpo, a única esperança do homem é desviar estas características através do uso das poderosas influências do ritual e do cerimonial. Cada moradia tem um ou mais santuários devotados a este propósito. Os indivíduos mais poderosos desta sociedade têm muitos santuários em suas casas e, de fato, a alusão à opulência de uma casa, muito freqüentemente, é feita em termos do número de tais centros rituais que possua. Muitas casas são construções de madeira, toscamente pintadas, mas as câmeras de culto das mais ricas têm paredes de pedra. As famílias mais pobres imitam as ricas, aplicando placas de cerâmica às paredes de seu santuário.

Embora cada família tenha pelo menos um de tais santuários, os rituais a eles associados não são cerimônias familiares, mas sim cerimônias privadas e secretas. Os ritos, normalmente, são discutidos apenas com as crianças e, neste caso, somente durante o período em que estão sendo iniciadas em seus mistérios. Eu pude, contudo, estabelecer contato suficiente com os nativos para examinar estes santuários e obter descrições dos rituais.

O ponto focal do santuário é uma caixa ou cofre embutido na parede. Neste cofre são guardados os inúmeros encantamentos e poções mágicas sem os quais nenhum nativo acredita que poderia viver. Tais preparados são conseguidos através de uma serie de profissionais especializados, os mais poderosos dos quais são os médicos-feiticeiros, cujo auxilio deve ser recompensado com dádivas substanciais. Contudo, os médicos-feiticeiros não fornecem a seus clientes as poções de cura; somente decidem quais devem ser seus ingredientes e então os escrevem em sua linguagem antiga e secreta. Esta escrita é entendida apenas pelos médicos-feiticeiros e pelos ervatários, os quais, em troca de outra dadiva, providenciam o encantamento necessário. Os Sonacirema não se desfazem do encantamento após seu uso, mas os colocam na caixa-de-encantamento do santuário doméstico. Como tais substâncias mágicas são especificas para certas doenças e as doenças do povo, reais ou imaginárias, são muitas, a caixa-de-encantamentos está geralmente a ponto de transbordar. Os pacotes mágicos são tão numerosos que as pessoas esquecem quais são suas finalidades e temem usá-los de novo. Embora os nativos sejam muito vagos quanto a este aspecto, só podemos concluir que aquilo que os leva a conservar todas as velhas substâncias é a idéia de que sua presença na caixa-de-encantamentos, em frente à qual são efetuados os ritos corporais, irá, de alguma forma, proteger o adorador.

Abaixo da caixa-de-encantamentos existe uma pequena pia batismal. Todos os dias cada membro da família, um após o outro, entra no santuário, inclina sua fronte ante a caixa-de-encantamentos, mistura diferentes tipos de águas sagradas na pia batismal e procede a um breve rito de ablução. As águas sagradas vêm do Templo da Água da comunidade, onde os sacerdotes executam elaboradas cerimônias para tornar o líquido ritualmente puro.

Na hierarquia dos mágicos profissionais, logo abaixo dos médicos-feiticeiros no que diz respeito ao prestígio, estão os especialistas cuja designação pode ser traduzida por "sagrados-homens-da-boca". Os Sonacirema têm um horror quase que patológico, e ao mesmo tempo fascinação, pela cavidade bucal, cujo estado acreditam ter uma influência sobre todas as relações sociais. Acreditam que, se não fosse pelos rituais bucais seus dentes cairiam, seus amigos os abandonariam e seus namorados os rejeitariam. Acreditam também na existência de uma forte relação entre as características orais e as morais: Existe, por exemplo, uma ablução ritual da boca para as crianças que se supõe aprimorar sua fibra moral.

O ritual do corpo executado diariamente por cada um dos Sonacirema inclui um rito bucal. Apesar de serem tão escrupulosos no cuidado bucal, este rito envolve uma prática que choca o estrangeiro não iniciado, que só pode considerá-lo revoltante. Foi-me relatado que o ritual consiste na inserção de um pequeno feixe de cerdas de porco na boca juntamente com certos pós mágicos, e em movimentá-lo então numa série de gestos altamente formalizados. Além do ritual bucal privado, as pessoas procuram o mencionado sacerdote-da-boca uma ou duas vezes ao ano. Estes profissionais têm uma impressionante coleção de instrumentos, consistindo de brocas, furadores, sondas e aguilhões. O uso destes objetos no exorcismo dos demônios bucais envolve, para o cliente, uma tortura ritual quase inacreditável. O sacerdote-da-boca abre a boca do cliente e, usando os instrumentos acima citados, alarga todas as cavidades que a degeneração possa ter produzido nos dentes. Nestas cavidades são colocadas substâncias mágicas. Caso não existam cavidades naturais nos dentes, grandes seções de um ou mais dentes são extirpadas para que a substância natural possa ser aplicada. Do ponto de vista do cliente, o propósito destas aplicações é tolher a degeneração e atrair amigos. O caráter extremamente sagrado e tradicional do rito evidencia-se pelo fato de os nativos voltarem ao sacerdote-da-boca ano após ano, não obstante o fato de seus dentes continuarem a degenerar.

Esperemos que quando for realizado um estudo completo dos Sonacirema haja um inquérito cuidadoso sobre a estrutura da personalidade destas pessoas, Basta observar o fulgor nos olhos de um sacerdote-da- boca, quando ele enfia um furador num nervo exposto, para se suspeitar que este rito envolve certa dose de sadismo. Se isto puder ser provado, teremos um modelo muito interessante, pois a maioria da população demonstra tendências masoquistas bem definidas.

Foi a estas tendências que o Prof. Linton (1936) se referiu na discussão de uma parte específica dos ritos corporal que é desempenhada apenas por homens. Esta parte do rito envolve raspar e lacerar a superfície da face com um instrumento afiado. Ritos especificamente femininos têm lugar apenas quatro vezes durante cada mês lunar, mas o que lhes falta em freqüência é compensado em barbaridade. Como parte desta cerimônia, as mulheres usam colocar suas cabeças em pequenos fornos por cerca de uma hora. O aspecto teoricamente interessante é que um povo que parece ser preponderantemente masoquista tenha desenvolvido especialistas sádicos.

Os médicos-feiticeiros têm um templo imponente, ou latipsoh, em cada comunidade de certo porte. As cerimônias mais elaboradas, necessárias para tratar de pacientes muito doentes, só podem ser executadas neste templo. Estas cerimônias envolvem não apenas o taumaturgo, mas um grupo permanente de vestais que, com roupas e toucados específicos, movimentam-se serenamente pelas câmaras do templo.

As cerimonias latipsoh são tão cruéis que é de surpreender que uma boa proporção de nativos realmente doentes que entram no templo se recuperem. Sabe-se que as crianças pequenas, cuja doutrinação ainda é incompleta, resistem às tentativas de levá-las ao templo, porque "é lá que se vai para morrer". Apesar disto, adultos doentes não apenas querem mas anseiam por sofrer os prolongados rituais de purificação, quando possuem recursos para tanto. Não importa quão doente esteja o suplicante ou quão grave seja a emergência, os guardiões de muitos templos não admitirão um cliente se ele não puder dar uma dádiva valiosa para a administração. Mesmo depois de ter-se conseguido a admissão, e sobrevivido às cerimônias, os guardiães não permitirão ao neófito abandonar o local se ele não fizer outra doação.

O suplicante que entra no templo é primeiramente despido de todas as suas roupas. Na vida cotidiana os Sonacirema evita a exposição de seu corpo e de suas funções naturais. As atividades excretoras e o banho, enquanto parte dos ritos corporais, são realizados apenas no segredo do santuário doméstico. Da perda súbita do segredo do corpo quando da entrada no latipsoh, podem resultar traumas psicológicos. Um homem, cuja própria esposa nunca o viu em um ato excretor, acha-se subitamente nu e auxiliado por uma vestal, enquanto executa suas funções naturais num recipiente sagrado. Este tipo de tratamento cerimonial é necessário porque os excreta são usados por um adivinho para averiguar o curso e a natureza da enfermidade do cliente. Clientes do sexo feminino, por sua vez, têm seus corpos nus submetidos ao escrutínio, manipulação e aguilhadas dos médicos-feiticeiros.

Poucos suplicantes no templo estão suficientemente bons para fazer qualquer coisa além de jazer em duros leitos. As cerimônias diárias, como os ritos do sacerdote-da-boca, envolvem desconforto e tortura. Com precisão ritual as vestais despertam seus miseráveis fardos a cada madrugada e os rolam em seus leitos de dor enquanto executam abluções, com os movimentos formais nos quais estas virgens são altamente treinadas. Em outras horas, elas inserem bastões mágicos na boca do suplicante ou o forçam a engolir substâncias que se supõe serem curativas.
De tempos em tempos o médico-feiticeiro vem ver seus clientes e espeta agulhas magicamente tratadas em sua carne. O fato de que estas cerimônias do templo possam não curar, e possam mesmo matar o neófito, não diminui de modo algum a fé das pessoas no médico feiticeiro.

Resta ainda um outro tipo de profissional, conhecido como um "ouvinte". Este "doutor-bruxo" tem o poder de exorcizar os demônios que se alojam nas cabeças das pessoas enfeitiçadas. Os Sonacirema acreditam que os pais enfeitiçam seus próprios filhos; particularmente, teme-se que as mães lancem uma maldição sobre as crianças enquanto lhes ensinam os ritos corporais secretos. A contra-magia do doutor bruxo é inusitada por sua carência de ritual. O paciente simplesmente conta ao "ouvinte" todos os seus problemas e temores, principalmente pelas dificuldades iniciais que consegue rememorar. A memória demonstrada pelos Sonacirema nestas sessões de exorcismo é verdadeiramente notável. Não é incomum um paciente deplorar a rejeição que sentiu, quando bebê, ao ser desmamado, e uns poucos indivíduos reportam a origem de seus problemas aos feitos traumáticos de seu próprio nascimento.

Como conclusão, deve-se fazer referência a certas práticas que têm suas bases na estética nativa, mas que decorrem da aversão profunda ao corpo natural e suas funções. Existem jejuns rituais para tornar magras pessoas gordas, e banquetes cerimoniais para tornar gordas pessoas magras. Outros ritos são usados para tornar maiores os seios das mulheres que os têm pequenos e torná-los menores quando são grandes. A insatisfação geral com o tamanho do seio é simbolizada no fato de a forma ideal estar virtualmente além da escala de variação humana. Umas poucas mulheres, dotadas de um desenvolvimento hipermamário quase inumano, são tão idolatradas que podem levar uma boa vida simplesmente indo de cidade em cidade e permitindo aos embasbacados nativos, em troca de uma taxa, contemplarem-nos.

Já fizemos referência ao fato de que as funções excretoras são ritualizadas, rotinizadas e relegadas ao segredo. As funções naturais de reprodução são, da mesma forma, distorcidas. O intercurso sexual é tabu enquanto assunto, e é programado enquanto ato. São feitos esforços para evitar a gravidez, pelo uso de substâncias mágicas ou pela limitação do intercurso sexual a certas fases da lua. A concepção é na realidade, pouco freqüente. Quando grávidas as mulheres vestem-se de modo a esconder o estado. O parto tem lugar em segredo, sem amigos ou parentes para ajudar, e a maioria das mulheres não amamenta seus rebentos.

Nossa análise da vida ritual dos Sonacirema certamente demonstrou ser este povo dominado pela crença na magia. É difícil compreender como tal povo conseguiu sobreviver por tão longo tempo sob a carga que impôs sobre si mesmo. Mas até costumes tão exóticos quanto estes aqui descritos ganham seu real significado quando são encarados sob o ângulo relevado por Malinowski, quando escreveu:

"Olhando de longe e de cima de nossos altos postos de segurança na civilização desenvolvida, é fácil perceber toda a crueza e irrelevância da magia. Mas sem seu poder de orientação, o homem primitivo não poderia ter dominado, como o fêz, suas dificuldades práticas, nem poderia ter avançado aos estágios mais altos da civilização".

Ao mestre com carinho no seu dia! que foi ontém!

Aprendi no jardim de infância

Tudo o que hoje eu preciso realmente saber, sobre como viver, o que fazer e como ser, eu aprendi no jardim de infância.
A sabedoria não se encontrava no topo de um curso de pós-graduação, mas no montinho de areia da escola de todo o dias. Estas são as coisa que aprendi lá:

- Compartilhe com tudo.
-Jogue dentro das regras.
-Não bata nos outros.
-Coloque as caixas de volta onde pegou.
-Arrume a sua bagunça.

-Não pegue as coisas dos outros.
-Peça desculpas quando machucar alguém.
-Lave as mãos antes de comer.
-Dê descarga.
-Biscoitos quentinhos e leite frios fazem bem para você.

-Respeite o outro.
-Leve uma vida equilibrada, aprenda um pouco, pense um pouco... e desenhe... e pinte... e cante... e dance ... e brinque... e trabalhe um pouco todos os dias.
-Tire uma soneca todos os dias.
-Quando sair, cuidado com os carros.

-Repare nas maravilhas da vida.
Lembre-se da sementinha no copinho plástico. As raízes descem a planta sobe e ninguém sabe realmente como ou porque, mas todos somos assim.
O peixinho dourado, o hamster, o camundongo branco, e até mesmo a sementinha no copinho plástico, todos morrem... Nós também.

A regra de ouro é o amor e a higiene básica. Ecologia... política... e igualdade... e respeito... a vida sadia.
Temos que fazer a nossa parte.
E esta é sempre uma verdade, não importa a idade:
"Ao sair para o mundo é sempre melhor darmos as mãos e ficarmos juntos."

domingo, 12 de outubro de 2008

preto no branco !!!



É bem verdade que preto e branco sempre foi uma combinação que me chamou muito a atenção, Acima podemos ver duas produções uma do século XX e outra do século XXI, ultimamente tenho pensado nele também como nostalgia, pois nos idos dos anos 60 e 70 minha avó reformou sua cozinha nesse padrão e ficou muito chic na época e hj em dia a cozinha é a mesma e continua muito chic, é bem verdade que o preto e branco voltou com força total, mas eu nunca o esperei voltar ele sempre esteve comigo e dia desses recebí um desses presentes internáuticos um clip da Regina Spektor que é todo feito com figurino e decoração em preto e branco , imaginem que fui ao delírio, confira:

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Ishq e Mushq - Amor e Cheiro!

'Existem apenas duas coisas que não podemos esconder: Ishq e mushq. Amor e cheiro'."

Quando Sarna Singh trocou Uganda pela Inglaterra, ela não esperava encontrar ruas decadentes. Seu marido fora seduzido pela cidade de Londres. A mulher, entretanto, está convencida de que eles se mudaram para que seu companheiro pudesse visitar suas amantes inglesas. Sarna também está atormentada por um erro que cometera quando jovem, ainda na Índia. Para afastar as memórias indesejadas, ela cozinha sem parar, adoçando seus pensamentos com açúcar ou sufocando-os com o tempero mais forte que possui. Quando ela recebe uma inesperada carta, seu equilíbrio cai por terra. A carta traz um ultimato que ela não pode ignorar. Priya Basil explora com paixão as complexidades da vaidade e do amor. Seu envolvente retrato das adversidades da família Singh contém verdades universais sobre cada um de nós.

“Priya Basil é uma das mais talentosas escritoras de língua inglesa que já surgiram nos últimos tempos. É bom prestar atenção nesse nome.” — The Guardian



Da sedução e da permissão!

Mamma Mia !!!

Eu sou suspeita para falar desse filme, pois sou fã de ABBA desde a barriga da minha mãe, mas esse filme tem a beleza das músicas do ABBA, não só as músicas, elas passam a emoção da "Dancing Queen" que precisa buscar em sí a menina de 17 anos que ela foi um dia, ou a "S.O.S" que se refere ao casal em crise que não enxerga os sinais de socorro, ou até mesmo a "the winner takes it all" da mulher rejeitada que ainda ama e é amada por quem a rejeitou ou foi rejeitado por ela, tem a "Mamma Mia" música das paixonites eternas que nuncam deixam o coração e todas as outras lindas canções:"Super trouper", "lay all your love on me", "money, money", "waterloo", "take a chance on me", "honey, honey", "Chiquitita" ahhh chiquitita foi a música da minha adolescência e esse filme é tudo de bom vale a pena.
confira:
http://www.youtube.com/watch?v=v3yIVk61160


e lembrem-se sempre:

'Existem apenas duas coisas que não podemos esconder: Ishq e mushq. Amor e cheiro'."

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

En La Cama ou Entre lençois


Esse filme é uma refilmagem de um filme chamado "En la cama" de Matías Bize que amo e que foi assassinado em um plágio de um plágio....a refilmagem do diretor colombiano chamado "Entre sabanas" dá nome e enredo tosco a versão tupiniquim, visivelmente plágio de Bize.

Sobre o plágio o tal diretor Colobiano responde algumas questões à imprensa:

A imprensa falou recentemente de uma queixa do realizador chileno Matías Bize, diretor de En la cama, pelas semelhanças que existem entre seu filme e o dele, que é anterior. Está acontecendo um problema neste sentido?

Sim. O Matías está furioso, porque não fiz um remake do seu filme, que também mostra um casal que passa uma noite em um hotel. O fato é que estivemos conversando durante algum tempo sobre a possibilidade de eu distribuir En la cama ou de fazer uma versão colombiana, mas nunca chegamos a um acordo. Então, decidi fazer meu próprio projeto com um foco diferente. Tudo absolutamente diferente. No fim, quantas histórias de amor não foram feitas até agora? O que importa é a maneira de contá-las.


Reynaldo Gianecchini: strip-tease

Em  "Entre lençóis" Reynaldo Gianecchini faz um strip-tease para a personagem de Paola Oliveira. O filme do colombiano Gustavo Nieto Roa estréia no dia 5 de dezembro. O ator é Roberto, um homem que acaba de sair de uma relação fracassada. Paola interpretará Paula, moça que está prestes a se casar e, por isso, quer aproveitar os últimos momentos de solteira com outro, no caso, Roberto. O filme foi rodado dentro do Motel Vip' s, no Rio.






Eu não ví o orignal-cópia que deu origem a versão tupiniquim, mas ví o original  de Bize e vale a pena, e tem em sua trilha sonora a linda canção "Aunque sea" de Emmanuel del Real.
Superior em argumento e em atuações o filme de Bize é uma Obra-Prima cult os outros são os outros e só!