Chega de ser macaco de auditório!

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sábado, 26 de setembro de 2009

Superação!



Depois que eu parei para prestar atenção neste comercial, eu entendí o quão difícil deve ter sido para Fernanda Young chegar onde chegou; digo isso por que conflitos da mente e limitações são os piores inimigos de um ser humano.
Eu me lembro de ter certa vez encarado um medo da morte tão cruel que tive pânico, daqueles clássicos de não sair de casa, uma nóia sem explicação, o coração acelerava, suava frio, ia bucar meus irmãos no colégio com medo que algo pudesse lhes acontecer, sei lá!
depois de uma breve terapia passou, assim como chegou!
alguns anos depois nos preparativos do meu casamento, trabalho, cursos, apartamento, festa, vestido, convites, igreja...
afffff consegui as tão sonhadas férias para poder providenciar tudo, viajar a Minas Gerais para comprar os móveis, exames pré nupciais e toda aquela encrenca que temos de providenciar.
de repente um estalo numa manhã, acordei fui para o banheiro, me olhei no espelho e desabei em prantos!
Não podia entender oque estava me acontecendo...receberia as chaves do tão sonhado apartamento dos sonhos dalí a uma semana, era uma casa de boneca e eu estava triste!
Pra piorar a situação me comprometí com a empresa em que eu trabalhava de atender a um curso que eu queria muito fazer, mas só estaria disponivel nas minhas férias, meu gerente me disse que eu poderia fazer o curso, mas teria que utilizar uma semana de minhas férias para tal...eu aceitei, mas mal sabia eu em que estado estaria!
Resumo da ópera, no primeiro dia de curso acordei chorando (já contei), mas lavei o rosto, desci para tomar meu café, me arrumei me sentindo meio trêmula (não entendia oque se passava) e saí na rua, quando cheguei na esquina de casa congelei, voltei correndo e disse a minha mãe que não conseguia andar só na rua, ela ficou meio assustada, mas agiu com normalidade, se arrumou me deu a mão e me levou ao curso, detalhe: ela ficou sentada lá até o final da aula e nos dias que se seguiram ela só não foi a um dia de curso, ao qual minha tia me acompanhou.
Num desses dias no curso em que minha mãe lá estava ,tive uma crise de hipotensão, não sei dizer oque isso significa em termos técnicos, mas comigo aconteceu o seguinte: um frio me subiu pela espinha, eu não queria estar naquela sala, me levantei o mais discretamente que pude, passei o braço na minha mãe e corri para o banheiro, lá coloquei os pulsos debaixo da torneira, minha cabeça girava, meu coração parecia que ia sair pela boca, tudo escureceu, eu caí no chão.
minha mãe chamou os médicos da infraero (eu fazia um curso de aviação pelaVARIG) eles me levaram para o ambulatorio me deram meio comprimido de diazepan e eu fiquei com a lingua pesada a fala mole o ânimo a zero, o corpo cansado das noites sem dormir uma vontade voraz de dormir mas o estado de alerta não me deixava.
fomos para a beneficiencia porrtuguesa em botafogo, a essa altura minha mãe ligou para meu avô e tentamos localizar minha terapeuta, ela poderia me atender apenas no fim da tarde, já no hospital (eles achavam que a questão era fisica - meus parentes) os médicos me deram soro na veia, mandaram eu comer algo pois estava abatida, vinha comendo mal a alguns dias (inapetência) e com diarréia (por conta da ansiedade), meu avô me comprou bananas, ahh meu avô! aquele homem forte e lindo de olhos azuis que toda vida me carregou em seus braços fortes, nos meus melhores e piores momentos!
ele estava lá, me olhava com um olhar complacente e quase preocupado...a médica veio até minha mãe e disse: ela precisa de um ansiolítico (??????????) minha mãe perguntou os nomes dos remédios, ela disse que apesar de dar os nomes eu deveria ter uma receita prescrita por um médico especialista...ela não poderia receitá-lo, mas ela achava que era um quadro de pânico!
minha mãe como sempre natureba, disse que faria um chá, que cuidaria de mim e tudo ficaria bem...a noite fui na terapia, não consegui relaxar, a minha terapeuta é daquelas (para mim) que só de me olhar eu me sinto melhor e nesse dia não foi assim, ela me abraçou, conversou, fez oque pôde e ao final com um semblante sério e preocupado ela me disse:
não podemos fazer isso sozinhas, e você tão pouco pode fazê-lo sozinha, está sofrendo!
Não tente combater isso sozinha vai se machucar, está mais forte que você desta vez, você não consegue raciocinar assim, e se não raciocina não sai do ciclo vicioso, da ansiedade!
inibe sua serotonina e vai te deprimir cada vez mais.
O mecanismo é mais ou menos assim: A ansiedade lança adrenalina no seu organismo que em alta quantidade inibe a serotonina e aí ferrou tudo.
passei mais uma semana tentando encontrar um médico em quem sentisse confiança o bastante para me medicar.
cheguei a este Dr Ricardo,um dos melhores médicos que já conhecí, homem concenciso, sábio, racional.
Ao me avaliar ele disse que isso não era nada, que os remédios me ajudariam a sair da crise e eu me sentiria melhor em uma semana ou menos, me prescreveu metade da dose minima, foi bastante cauteloso....me curou!
juntamente com minha terapeuta, com minha mãe (que de incicio recusou o remédio me causando mal estar), minhas tias, meu avô e minha família materna que me acolheu nas noites em que eu passava em claro tentando entender.
com um mês de tratamento eu estava bem, porem assustada!
Aterrorizada de que aquilo pudesse me acometer de novo...não era a primeira vez, seria a ultima?
Me casei! viajei para cancun em lua-de-mel, lá eu relaxei, mas ninguem sabe dos dias em que chorei sozinha no chuveiro com o medo terrivel de estar arruinando a minha vida e a de meu marido com aquele pavor da vida. queria minha mãe!
Na televisão estava passando aquele filme "o pai da noiva" AMO!
chorei mais um monte, mas meu marido começou alí a se tornar o homem da minha vida, ele apesar de todo o entrave que eu passei antes de casar não saiu do meu lado, emagreci na época 5 kg, para mim era muito pois eu pesava 50kg fiquei com 45 kg!
ele não pestanejou e na lua-de-mel ficava me dizendo coisas acolhedoras para me acalmar e acalmou.
Voltamos da viagem, eu estava em casa!
Minha mãe dormiu lá em casa uns mêses hehehe mas depois ficou tudo bem, me senti segura e segui adiante.
8 mêses depois do meu casamento, meu tio (que havia sido meu padrinho de casamento) se suicidou, ele teve algo semelhante com o que eu tive, mas não suportou a pressão...os especialistas dizem que ele tinha num grau elevadíssimo e não suportou....a essa altura minha avó, mãe dele que já apresentava um quadro depressivo piorou, mas aguentou firme....mais uns 6 longos anos.
Bom, aonde quero chegar? quero chegar ao ponto em que não sei se isso se repetirá na minha vida, tenho medo que aconteça, mas não tenho nenhuma dúvida de que se acontecer eu vou lutar para me reencontrar no mar de dúvidas e medos que se instalam em nossa mentes nessas horas, muitas coisas já aconteceram na minha vida depois disso, boas inclusive, tenho 3 filhos, moro hoje longe daqueles que me fazem sentir segura e quer saber?
estou bem!
Acho que uma ou duas lutas bem disputadas e vencidas nos ensinam que vencer é possível, qualquer que seja a dificuldade...a isso eu chamo de superação!

parabéns para nós!



eu e minha família AGO/2009


PS: Ah ! Na época minha terapeuta disse que eu estava vivenciando um "rito de passagem" e esses ritos marcam as mudanças de fases nas nossa vidas, como casamento , nascimentos, mortes e etc...

3 comentários:

Dr. Andre Bressan disse...

Pacas, pouco ou picas?

PACAS!

Até porque mesmo porque são dois melhor do que um, porque se um sentir frio, o outro aquece, se um chorar, o outro consola, se um estiver fraco, o outro sustenta, se um tiver fome, o outro leva pra comer fora.. :)

Bjs, te amo.
Andre - ´tamo nessa junto e misturado!

Anna G. disse...

Amém!

Fabi Cruz disse...

É isso aí! Super guerreira!!!