Chega de ser macaco de auditório!

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segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Inês de Castro


"Com respeito aos dramas de Inês, considero como tradição histórica não só o amor de perdição do herdeiro da coroa e o seu desenlace sangrento, mas também os seus reflexos de além-tumba." (Carolina de MICHAËLIS)

"Agora é tarde, Inês é morta". Poucos são os que nunca ouviram ou mesmo disseram essas palavras. No entanto, poucos também são os que têm conhecimento da origem da frase. Quem é essa Inês? Como ou quando morreu?

Dama da corte portuguesa nascida em Castela, cujo drama que a levou à morte, assassinada por motivos políticos, foi imortalizado por Camões em Os lusíadas. Filha ilegítima de um nobre da Galícia, foi para Portugal (1340) como dama de honra de D. Constança, filha do infante espanhol D. Juan Manuel, quando esta se casou com o príncipe herdeiro D. Pedro, filho do rei de Portugal, D. Afonso IV. Na corte tornou-se amante do príncipe herdeiro, que após a morte de Constança (1345), apesar da oposição do rei, casaram-se secretamente. O casal teve quatro filhos e essas crianças e mais a presença em Portugal de seus irmãos Alfonso e Fernando, provocaram intrigas na corte e alimentaram a suspeição do rei D. Afonso, que temia pelos direitos sucessórios de seu neto Fernando, filho de Constança. Numa das ausências de Pedro, conspiradores prenderam-na em Coimbra e o rei ordenou a execução, morte lamentada por Camões e que demonstrou sua indignação em versos imortais. Quando Pedro subiu ao trono (1357) desencadeou sua vingança e mandou executar todos os matadores de sua amada, além de ordenar que os restos mortais dela fossem transportados do mosteiro de Santa Clara para Alcobaça, com pompas reais. O seu drama tornou-se tema de inúmeras peças de teatro, e de outras artes, como a pintura, imortalizando-a como personagem de uma história real de amor.

Este é um dos mais célebres episódios da nossa História e é um dos mais recordados por escritores nacionais e estrangeiros. A "Linda Inês" ultrapassou as nossas fronteiras, existindo muitas obras, em prosa e em verso, em teatro e em cinema, na ópera, no bailado e na pintura, o que prova a paixão exercida, pelo tema, sobre poetas historiadores, músicos e artistas plásticos.

Fonte: Vários.

Pintura: "Súplica de Inês aos seus algozes" Pintor Francisco Vieira (1765-1805)

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