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domingo, 7 de dezembro de 2008

"A viagem do elefante"


O último livro de José saramago teve seu lançamento mundial em São Paulo no Sesc e na ABL, no ultimo mês de novembro, o mesmo que após estar muito mal de saúde relata que sua esposa Pilar o manteve vivo para terminar esta obra, o escritor que aos 86 anos deixa mais uma grandiosa obra para seus fãs e leitores, depois de um nobel (nobel de literatura 1998) e de seu livro transcrito em filme por um diretor brasileiro "Ensaio sobre a cegueira" nem bem esfriou o banco do cinema e ele já emplaca um novo livro.
Abaixo descrições do livro pelo próprio:

«A Viagem do elefante», que conta o trajeto de um elefante no séc. XVI por mais de metade da Europa.
O livro de cerca de 240 páginas, a que Saramago prefere chamar conto em vez de romance, é um projeto que parte de uma ideia de há dez anos, quando o autor entrou num restaurante em Salzburgo, na Áustria, chamado «O elefante».

«O livro narra uma viagem de um elefante que estava em Lisboa, e que tinha vindo da Índia, um elefante asiático que foi oferecido pelo nosso rei D. João III ao arquiduque da Áustria Maximiliano II (seu primo). Isto passa-se tudo no século XVI, em 1550, 1551, 1552. E, portanto, o elefante tem de fazer essa caminhada, desde Lisboa até Viena, e o que o livro conta é isso, é essa viagem» (Saramago)

«[Contei esta história] em primeiro lugar, porque me apeteceu, e em segundo lugar, porque, no fundo - se quisermos entendê-la assim, e é assim que a entendo - é uma metáfora da vida humana: este elefante que tem de andar milhares de quilómetros para chegar de Lisboa a Viena, morreu um ano depois da chegada e, além de o terem esfolado, cortaram-lhe as patas dianteiras e com elas fizeram uns recipientes para pôr os guarda-chuvas, as bengalas, essas coisas», referiu.

Quando uma pessoa se põe a pensar no destino do elefante - que, depois de tudo aquilo, acaba de uma maneira quase humilhante, aquelas patas que o sustentaram durante milhares de quilómetros são transformadas em objectos, ainda por cima de mau gosto - no fundo, é a vida de todos nós. Nós acabamos, morremos, em circunstâncias que são diferentes umas das outras, mas no fundo tudo se resume a isso», defendeu.

Sobre a epígrafe do livro, o prémio Nobel da Literatura português sustentou que esta «é muito clara quando diz 'sempre acabamos por chegar aonde nos esperam'».

«E o que é que nos espera? A morte, simplesmente. Poderia parecer gratuita, sem sentido, a descrição, que não é exatamente uma descrição, porque é a invenção de uma viagem, mas se a olharmos deste ponto de vista, como uma metáfora, da vida em geral mas em particular da vida humana, creio que o livro funciona», comentou.




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